Por engano não coloquei título - esta orquídea é uma Trichopilia tortilis
Esta orquídea encontra-se no México, América Central e Panamá, em florestas fúmidas e quentes entre 750 a 1800m de altitude. Cultivo-as todas as Trichopileas na estufa quente, pois não aguentam uma temperatura abaixo dos 18º. A minha Trichopilea tortilis recusava-se a florir pelo que a coloquei num lugar com mais luz e com algum sol direto. Senmanas depois estava com botões. Depois da floração e quando já via alguns rebentinhos novos a crescer, tive de a mudar para um vaso maior. Digo tive, pois por princípio não costumo mudar muito as minhas orquídeas, só mesmo quando é necessário. E esta era, pois as suas flores saem por baixo, mesmo junto das beiras do vaso e se não tiverem espaço ficam entaladas, como aconteceu com uma das flores que tive com muito cuidado de a puxar para cima. Mudei-a então para um vaso maior e coloquei-a no mesmo local com muita luz. Passaram poucas semanas e a planta encheu-se de novo de flores. Eram mesmo muitas, não tenho uma fotografia dela nessa altura, mas como ela esteve em várias exposições, desafio aqui o Sr. Costa a postar essa imagem, pois ele costuma tirar as fotografias às orquídeas expostas Algo que me esqueci de dizer é que quando coloquei esta orquídea no local com mais luz as suas folhas ficaram amareladas e uma até apresenta uma leve queimadura de sol, por isso elas queimam com muita facilidade, mas é um facto que dão mais flor. Depois da floração, como faço com todas as orquídeas coloquei-a num local um pouco mais fresco e sombrio e as folhas recuperaram o seu verde natural
0 Comentários
Para continuar o tema de ontem, hoje vamos aprender a mudar uma Cattleya. Qualquer orquídea deve ser mudada o menos possível, para não lhe causar stress, desde que o seu substrato seja adequado para aguentar muitos anos sem ser mexido. Isto quer dizer que ele deve ser muito arejado e com inertes como componentes. Um substrato composto só de casca de pinheiro deteora-se ao fim de dois anos, hoje consegue-se que dure um pouco mais, pois os produtores de substrato estão a ter o cuidado de usar uma casca de pinheiro mais durável. No entanto é muito benéfico juntar a um substrato para epífitas de compra, leca (argila expandida),ou pedra vulcânica, ou areão de rio, ou cortiça e um elemento que pode estar sempre presente é o carvão vegetal, o carvão das nossas lareiras, pois além de ser fungicida tem a particularidade de reduzir a acidez da casca de pinheiro.
Com a Cattleya temos que dar muita atenção à altura certa para se fazer uma muda. Há dois tipos de cattleya. A que dá o seu pseudobulbo novo e logo de imediato este pseudobulbo emite raízes, tornando-se autónomo e a Cattleya que dá o pseudobulbo e ele não emite raízes de imediato e passa a ser alimentado pelos pseudobulbos mais velhos. Neste último caso a orquídea nunca deve ser mudada antes de começarem a crescer novas raízes. Resumindo nunca mude a sua Cattleya se não estiver a emitir raízes novas. O tema Cattleya já foi abordado, mas focando mais o método de rega. Hoje vou falar sobre a floração. Muitos orquidófilos queixam-se de não conseguir pôr as suas Cattleya a florir, vamos ver passo a passo como se deve proceder. No último pseudobulbo tem bem no fundo quase junto do rizoma uma gema, ou seja uma espécie de calo, normalmente bem verde e é daí que vai sair o novo pseudobulbo . Esse lado da Cattleya deve estar virada para a fonte de luz mais próxima sem nada de permeio. Seguindo esta regra vamos depois ver o pseudobulbo a desenvolver-se, a espata a surgir, a princípio muito pequenina e dependendo da espécie pode demorar mais ou menos tempo a atingir o seu tamanho real para começar a engrossar, abrir e deixar ver os botões que depois de bem desenvolvidos darão as flores. Todo este processo pode demorar meses.
Pode acontecer de a espata fungar e começar a ficar com pintas pretas ou tornar-se amarela. Se for o caso, é necessário abrir a espata com muito cuidado. A espata é formada por duas partes unidas como um ervilha de quebrar ou uma vagem de fava, que com muito cuidado se separam e sem fazer força vai-se abrindo até se ver os pequeninos botões bem lá no fundo. De seguido tem de se ter o cuidado de não regar em cima dos botões pequeninos e se estivermos atentos vamos vê-los crescer de dia para dia. A minha intenção com estes postes é ajudar os orquidófilos menos conhecedores da matéria, para que se tornem uns orquidófilos ótimos. Por isso se tiverem alguma dúvida, não hesitem em colocar aqui o vosso comentário que eu vou respondendo. A Cattleya leopoldi, também conhecida por Cattleya tigrina adquiriu o seu nome do rei Leopoldo da Bélgica em 1854, que era um grande admirador de orquídeas. Ela surge no Brasil litoral desde Rio Grande do Sul com maior concentração em Santa Catarina. É uma Cattleya bifoliada com pseudobulbos de 1m. No seu habitat suporta temperaturas muito baixas em invernos muito rigorosos e baseando-me nisso montei uma no meu jacarandá há uns 5 anos. Este jacarandá está virado a sul, pelo que a orquídea tem muita luminosidade e calor nos meses quentes. No inverno a temperatura raramente desce os 7º. Floresce sempre pelo Natal. Este ano parece estar atrasada, pois a espata ainda está pequena e ainda não engordou. Dá um bouquê de flores que podem ir até 15, mas a minha ainda não deu mais de 5, também os seus pseudobulbos, que têm crescido de ano para ano, ainda não atingiram um metro, mas nota-se que cada pseudobulbo que nasce novo fica sempre maior que o anterior. É uma orquídea que se recomenda para montar nos nossos jardins. A minha está junta de uma outra Cattleya bifoliada, a bicolor e tem no mesmo tronco e troncos vizinhos, Dendrobium nobile de diversas variedades, Dendrobium kingianum, diversos Oncidium e uma Stanhopea que quis fazer a experiência. Está já agarrada, deu diversas folhas , mas ainda não floriu. Já me ia esquecendo, também tenho lá dois Cymbidium, um dos quais está com uma haste floral já bem adiantada.
|
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
Categorias
Tudo
|