Já falamos aqui de Zygopetalum e, por isso, vou acrescentar umas informações que vos podem ser úteis. Todo o género de orquídea tem de respeitar um ciclo para ser bem cultivada. O Zygopepatum como todos os outros também tem esse ciclo. Vamos começar pela época da sua floração que costuma ser no fim do Verão e durante o Outono, mas isto não quer dizer que não floresça noutras alturas, por isso, cada planta tem o seu ciclo conforme o seu período de floração. Após acabar de florir, deve-se cortar a haste floral para não estar a despender energias da planta até secar. Como toda a orquídea que floresceu, gastou muita energia, é mais que lógico que faça um descanso depois da floração. E atenção aos orquidófilos que dizem que se deve mudar uma orquídea depois de florir! Essa é precisamente a pior altura, altura em que a planta está debilitada e mais um stress da muda pode ser a morte da planta, ou o seu enfraquecimento, daí muitas pessoas se queixarem que a sua orquídea não floriu depois de ter sido mudada! Enquanto o Zygopetalum está em descanso, deve ser colocado num local mais fresco, mais sombreado, reduz-se à rega e não se aduba. Esperando pacientemente, vamos ver novos pontos vegetativos a aparecer, começam a crescer novos pseudobolbos. Isto quer dizer que a orquídea começa a ganhar vitalidade crescendo, e que vai necessitar da nossa ajuda para que as suas crescenças sejam fortes e venham a dar flor mais tarde. Assim, devemos começar a regar (o Zygopetalum gosta de estar sempre húmido), adubamos com um adubo rico em N = azoto, e colocá-mo-lo num local com bastante luz, pode mesmo ter sol do fim da tarde. Se achamos que devemos mudar a nossa planta, é precisamente esta a altura, a altura certa para o fazer. Estão a surgir rebentos novos, muitas raízes novas também, o que vai facilitar a planta a se adaptar mais depressa ao novo substrato. O conceito que as orquídeas só devem ser mudadas na Primavera vai contra este princípio. Cada género, ou melhor, cada orquídea tem o seu período mais adequado para ser mudada. Tendo em mente no entanto que se deve evitar de mudar no Inverno se as plantas forem expostas ao frio, se estiverem em estufa quente, não sofrem nada. Hoje já há um conceito novo sobre mudar as orquídeas. Se o seu substrato está bom, a planta está bem, floresce lindamente, porquê mudar de vaso? Só porque há quem diga que se deve mudar de dois em dois anos? Quanto mais lhe mexermos mais stress vamos dar à planta. Há no entanto casos de substrato deteriorado em que a planta começa a reagir mal. Aqui devemos fazer a muda. Ou a existência de muitos pseudobolbos sem folhas. Nenhuma orquídea deve ter mais pseudobolbos com folhas do que os que têm folhas. Nestes casos devemos fazer a muda e retirar os pseudobolbos excedentes. Estes, isolados rebentam de novo dando lugar a novos exemplares. Continuando o ciclo do Zygopetalum, as novas crescenças vegetativas vão-se desenvolvendo até que atingem o tamanho das mais antigas. Aí dizemos que já estão adultas e a planta vai começar a trabalhar para a haste floral. Nós podemos ajudar usando um adubo mais rico em P e K = fósforo e potássio. Muito em breve aparece o início da haste floral, que se vai desenvolver e florir para recomeçar um novo ciclo. Boa sorte para os vossos cultivos.
0 Comentários
Esta foto é de uma floração do ano passado, neste momento estão espatas a desenvolver-se. Esta é uma espécie do Brasil, aliás como quase todas as bifoliadas, pois a bicolor é uma bifoliada com pseudobolbos estreitos e que podem chegar a atingir um metro na natureza. Eu estou a cultivá-las montadas num jacarandá virado a sul. Coloquei-as nesse local em meados da Primavera para terem tempo de se adaptarem e agarrarem à árvore antes de chegar o Inverno. A primeira já lá foi posto há uns seis anos e como verifiquei que se desenvolvem muito bem, todos os anos tenho acrescentado mais. Escolho sempre exemplares pequenos, ainda jovens, para a adaptação ser mais fácil. A floração no seu habitat é na Primavera e aqui em minha casa costuma ser em Outubro/ Novembro, que corresponde à Primavera no Brasil. É uma espécie considerada de clima temperado, mas como já aqui foi dito, muitos locais de Portugal são uma estufa temperada ao ar livre, daí ela adaptar-se tão bem ao meu jardim. A sua flor, de uma beleza exótica, tem uma consistência cerosa e dura mais de um mês. É espécie que todos podem experimentar a colocar nas vossas árvores, desde que a temperatura não desça muito dos 7 ºC positivos. Esta espécie é encontrada a 800 a 1.500 m de altitude na parte norte da América do Sul e sul da América Central. Daqui pode-se deduzir que a sua temperatura ideal é a temperada. As minhas são cultivadas no jardim e por vezes tem 7ºC, mas estão muito bem desenvolvidas. Aliás ao ler artigos sobre ela nas revistas da Sociedade de orquídeas da Alemanha, recomendam a sua cultura em estufa, dizendo que a temperatura mínima deve estar entre os 13/15ºC noturnos com aumento durante o dia. Claro que este conselho é para a Alemanha. Em Portugal, temos em muitos locais uma estufa natural temperada ao ar livre. A temperatura pode descer por vezes mais do que o aconselhado, mas como durante o dia costumamos ter o sol para aquecer, fica tudo compensado. Aliás é essencial que a temperatura noturna seja mais baixa do que a diurna. Como outras Stanhopeas, a jenischiana varia por vezes um pouco na sua coloração. De um modo geral são de um bege pálido e em muitas delas faltam as manchas dos "olhinhos". Tem um perfume floral mentolado. Mesmo quando está quase murcha ainda se sente o seu perfume. O género Maxillaria tem cerca de 700 espécies nativas da América Central e Sul e nordeste da Argentina alcançando as Índias Ocidentais. Há uma grande diferença de formas e colorido das flores neste género, sendo que as Maxillarias com colorido mais intenso e com flores de tamanho maior encontram-se na cordilheira dos Andes, do Perú até à Colômbia. As Maxillarias brasileiras são plantas menores tanto no tamanho da planta como no das flores, bem como de colorido menos fascinante. As Maxillarias andinas crescem em altitudes que vão dos 1.000 aos 3.000 m, enquanto que as brasileiras são encontradas em locais de menos altitude, por isso as andinas precisam de mais humidade, menos luminosidade e temperaturas mais baixas. Esta Maxillaria luteoalba estava a cultivá-la na estufa temperada e nunca me dava flor, até que a mudei para a estufa quente e surgiram em três meses estas duas flores. Esta espécie é da Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela e encontra-se em altitudes de 100 a 1.800 m, portanto oriunda de temperaturas quentes, mas também suporta o frio, só que é natural que não se desenvolva nas melhores condições. A Cattleya é um género de cultivo fácil se tivermos uma estufa que tenha algumas horas de sol por dia, além disso a melhor estufa natural é o nosso próprio jardim onde as Cattleyas podem permanecer desde meados da Primavera até ao Outono ou mesmo meados do Outono, dependendo dos anos. As Cattleyas que passam estes meses no ar livre desenvolvem-se muito melhor e dão mais flores. Claro que quem não tem estes espaços pode cultivá-la muito bem no seu apartamento, escolhendo o peitoril de uma janela voltada a Sul ou poente com o cuidado de não permitir que o sol das horas mais quentes do dia incida na planta. Voltando ao cultivo em estufa, um dos fatores mais importantes para o bom desenvolvimento das Cattleyas é a humidade alta. Para que ela se mantenha será necessário regar as prateleiras e o chão da estufa logo pela manhã e meio da tarde. Nunca se deve fazer isso pelo fim da tarde, pois com a descida de temperatura durante a noite a humidade aumenta e não é saudável para as raízes das orquídeas. Esta Brassolaeliacattleya é cultivado como uma Cattleya. Mantenho-as na estufa temperada muito arejada por porta e janelas completamente abertas. Não posso colocar todas as Cattleyas no jardim, pois são muitas e iriam tornar o aspeto do jardim menos elegante pela quantidade de vasos. Sol só tem o de nascente e não tem qualquer sombrite. A sombra é feita naturalmente por um grande pinheiro manso. |
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
Categorias
Tudo
|