O famigerado Cymbidium que muitos cultivam pensando que é uma orquídea terrestre. Eles podem-se ver no norte na horta no meio das couves, e os pobres coitadinhos mostram como são resistentes e enchem-se de flores. As orquídeas de um modo geral são mesmo resistentes. Pois o Cymbidium no seu habitat também é epífifa como o podem provar as fotos. Só tenho dois montados, pois eles ocupam bastante espaço e eu queria neste jacarandá por outro tipo de orquídeas, como a Cattleya bicolor que se vê a abrir do lado esquerdo, mas tenciono fazer um grande arranjo com Cymbidium num pinheiro manso que estou a mandar abater, por as suas raízes estarem a atingir a estufa temperada e ela fica em perigo de cair. Pois por vontade própria nunca uma árvore que está aqui comigo há mais de 40 anos seria mandada abater. Não tenciono destruir os troncos base que são muito bonitos e vou enchê-los de Cymbidium. Para este tipo de coisas acho o Cymbidium muito bom. Para preencher espaços vazios do jardim também é uma boa opção. Sendo o Cymbidium tão resistente e dando-se tão bem com as temperaturas que temos no norte de Portugal não é de admirar que muitas pessoas optem por ter muitos exemplares deste género. No entanto este ano muitas queixas ouvi, dizendo que lhes morreram alguns, especialmente os comprados mais recentemente. Houve quem dissesse mesmo que eles já vêm doentes do produtor. Isto não me parece verdade, pois se assim fosse nunca mais teriam a quem vender as suas plantas. Infelizmente muitos orquidófilos, logo após comprar um Cymbidium mudam-no de vaso, ou porque acham que o vaso é pequeno, ou porque querem reduzir o preço da planta dividindo-a com uma amiga. Qualquer orquídea tem época para ser mudada, Isso não deve ser em qualquer altura e muito menos logo após a terem comprado, pois deve estar em flor. Também é muitíssimo errado mudá-la depois de dar a flor. Depois de dar a flor sim, mas só quando começar o novo ciclo vegetativo, ou seja quando começarem a crescer novos pseudobulbos. Essa sim é a época certa para mudar ou dividir se o quiser fazer. Nessa altura a planta já recuperou das energias que gastou para florir, está a começar um novo ciclo e com ele a crescerem novas raízes, que é o que pretendemos para que se agarrem o mais depressa possível ao novo substrato. Depois tem que se ter atenção ao substrato a usar. Não se pode esquecer que esta planta é epífita e precisa de um substrato arejado, especialmente se está colocada às intempéries metereológicas, pois se calha de ser um ano de muita chuva e o substrato é denso, é morte certa das raízes de seguida dos pseubobulbos e de toda a planta.
1 Comentário
Hoje temos de novo a foto do Dendrochilum Magnum, pois ontem sem perceber a razão o texto que escrevi desapareceu e não consegui voltar a recuperá-lo, assim faço-o outra vez hoje.
Esta é uma orquídeas muito gratificante pela grande quantidade de flores perfumadas que nos oferece normalmente no mês de Setembro. Tem uma forma de florir muito própria, pois nas folhas novas que vão dar origem a um novo pseudobulbo e que começam por nascer enroladas, tipo tubo, sai de lá do centro uma haste floral pendente cheiinha de flores minúsculas. Estou a cultivar os meus Dendrochilum na estufa temperada, que tem como mínima 12º. Nesta estufa não tenho uma oscilação de temperatura de dia para a noite muito grande, 3/4º o máximo, o que para algumas orquídeas é pouco. Como é uma estufa que penetra no solo cerca de dois metros, sendo uma das paredes encostada a um terreno, que surge praticamente à altura da estufa, portanto esse parede está debaixo de terra, ela nem arrefece muito, nem aquece muito. Foi construída há 40 anos e continua funcional. Mas voltando ao Dendrochilum magnum, ele cresce muito rapidamente mas cuidado com a vontade de o mudar de vaso. Pode fazê-lo claro, se for necessário, mas limite-se a tirá-lo do vaso sem lhe mexer nas raízes e coloca-lo num vaso maior, preenchendo os espaços vazios com substrato muito arejado. Como ele gosta muito de se manter húmido, podemos juntar ao substrato para epífitas um pouco de perlite que ajuda a manter a humidade. Na minha experiência com as minhas orquídeas, este método de muda tem de ser praticado, para as Stanhopea, Sobrália, Bifrenária e Phaius. Já tive maus resultados por lhe ter mexido nas raízes. Este é talvez o Dendrobium mais fácil de se cultivar. Todos os orquidófilos que gostam só de cultivar Cymbidium, podem iniciar a sua experiência com outros géneros com o kingianum. É uma planta epífita, pelo que se deve usar o substrato para epífita e onde se deve cultivar é no nosso jardim. Gosta de sol, durante todo o ano e o frio próprio das nossas estações mais frias é muito benéfico para o fazer florir. Como estão entregues às modificações meteriológicas naturais, há anos mais propícios para a sua floração do que outros. As fotos apresentadas não sem de forma alguma de um ano em que deram muita flor. Como o meu tempo é muito limitado, nem sempre tiro fotografias. Por experiência acho que se tem melhores resultados quando a partir de Outubro, se o local onde está não lhe incide muito sol, que seja mudado para outro em pleno sol.
É uma planta que se desenvolve rapidamente. Em poucos anos fica uma exemplar enorme, do que resulta que se tem de mudar para vasos maiores ou ainda melhor para taças largas. Nunca esquecer que a altura ideal para mudar é quando a orquídea inicia a sua fase vegetativa, ou seja, depois da floração descansa e quando começa a deitar novos pseudobulbos então pode-se coloca-la num vaso maior. Claro que se pode fazer divisões, mas os exemplares grandes são sempre muito mais bonitos. |
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
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