Esta orquídea de pequeno porte mas com as suas flores proporcionalmente grandes é oriunda do sueste da China e aparece numa altitude até 1300m. As suas flores exóticas influenciam os orquidófilos a inclui-la nas suas coleções. Nos Paphiopedilum há pelo menos três variedades de folhas que nos podem orientar um pouco no seu cultivo. Os que têm a folha de um verde liso e são relativamente estreitas. Estes podem-se cultivar sem problemas no exterior e podem apanhar algum sol. O mesmo tipo de coloração mas com folhas bem mais largas, já gostam de um pouco de mais calor e finalmente os de folha marmoreada, como as do micranthum, não devem ser cultivados ao ar livre, pelo menos nas estações frias. Também os Paphiopedilum com este tipo de folhas gostam mais de sombra do que os outros.
Eu cultivo todos na estufa temperada, no inverno nunca desce dos 12º, na prateleira superior, que é portanto a mais quente. Sendo uma orquídea terrestre e sem pseudobulbos, gosta de ter o seu substrato sempre húmido, pelo que os meus estão dentro de tabuleiros que durantes as estações quentes acumulam o resto da água da rega. Não a tiro e só volto a regar quando essa água tiver desaparecido. Nas estações frias a água é retirada. Para ajudar a floração e para ajustar o substrato às necessidades deste género, ponho duas vezes por ano o pó de dolomite na superfície do substrato que vai sendo absorvido conforme as regas. O dolomite também é aconselhado para as Stanhopeas que se recusem a florir.
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Esta linda orquídea de porte médio para grande é de fácil cultivo e rapidamente se torna um grande exemplar. É uma orquídea muito gratificante, pois não tem período de descanso, dá pseudobulbos uns atras dos outros logo seguidos de hastes florais em qualquer altura do ano. Não é assim que diz em diversas literaturas, mas é assim que acontece comigo já há uns anos. Ela gosta de calor, mantenho-a na estufa quente apanhando algum sol. Já há muitos anos tinha um exemplar muito grande e como estava a ocupar um espaço onde queria colocar outras orquídeas, passei-a para o jardim. Nos primeiros dias frios do outono, as folhas começaram a cair umas atras das outras e não consegui salvá-la. Es te segundo exemplar já nunca o vou colocar no jardim. Dou a todas as minhas orquídeas um período de repouso depois da floração, pois é o fim do seu ciclo e é bom descansar para recomeçar o novo. Sim porque todas as orquídeas têm o seu ciclo. Dão flor, ficam desgastadas, é interessante de observar por exemplo as Vanda que estão com as suas coifas todas a crescer, quando estão floridas, elas desaparecem, param de crescer, pois a energia da planta foi toda para a flor. É por isso que é muito errado mudar uma planta logo após a floração. Ela está debilitada e sofrer mais um stress com uma muda, pode ser a morte dela. Pois voltando ao ciclo, depois da floração ela deve ir descansar, isto significa ser colocada num local mais fresco, sempre dentro das temperaturas mínimas recomendadas, fica mais sombreada, é menos regada e não é adubada. Quando começa a surgir o início de um novo pseudobulbo, recomeça-se a regar, adubar, nesta altura um adubo mais rico em azoto, e a planta pode voltar para o seu local donde foi tirada. É nesta altura que se deve mudar, pois a planta está com toda a sua energia, está a emitir raízes novas que facilmente se vão agarrar ao novo substrato. Ora a nossa Eria foge um bocadinho ao ritual das outras orquídeas. Depois de ter dado as suas flores, ela vai descansar,e se me esqueço dela quando vou voltar a vê-la alem de novos pseudobulbos a desenvolver-se por vezes tem também mais hastes florais. E isto acontece em qualquer altura do ano. As flores não duram muito tempo, cerca de 15dias. Logo que as flores estão abertas tiro-a da estufa quente e trago-a para um recanto onde tenho todas as orquídeas em flor e que é bem mais fresco do que a estufa, o que faz prolongar mais a duração das flores.
Esta orquídea belíssima, também chamada Estrela de Madagáscar é oriunda de Madag´sscar onde cresce quase ao nível do mar. Não é uma planta que muitos colecionadores tenham, talvez porque a acham difícil, mas não é. Ocupa um pouco de espaço, mas o Angraecum veitchi ainda ocupa mais. O seu cultivo é semelhante ao da Aerides, no entanto eu tenho tido mais sucesso com os dois Angreacum mencionados. O principal cuidado a ter com esta orquídea é não molestar as suas raízes. Elas vão saindo pelo vaso fora e deve evitar de mexer nelas. Quando se compra a planta pequena, claro que tem de se mudar de vaso, pois ela chega a atingir um metro de altura, mas cresce muito lentamente. Ao mudar, pega-se com muito cuidado na planta, não mexendo nas raízes e coloca-se num vaso maior preenchendo os espaços vazios com o substrato para epífitas, já aqui recomendado. Não esquecer os inertes para a planta poder ficar muitos anos sem ser mudada. Deve-se escolher um lugar para ela com muita luz, algum sol mesmo especialmente de Setembro a Novembro para puxar as flores. Esta flor é do ano passado, este ano um deles está com duas hastes florais, mas ainda não se vêm os botões e o segundo ainda não puxou flor. Esta planta não tem qualquer descanso no seu habitat, chove bastante, pelo que permanece sempre húmida. Esta flor é famosa pela sua história relacionada com Darwin, que ao observá-la disse que tinha de haver uma borboleta noturna que conseguisse ir buscar o néctar ao seu recetáculo que tem entre 30/40cm de comprimento. Ninguém se acreditou na existência desse inseto. Só mais tarde, 21 anos depois da morte de Darwin é que se veio a descobrir a borboleta noturna a que ele se referia.
Este é talvez dos Catasetums que tenho o que mais gosto. Eles são oriundos de Trinidad, Brasil, Venzuela, Colombia e Equador. São plantas fáceis de cultivar, desde que se sigam umas certas regras. Como toda a orquídea tem um ciclo de vida que tem de ser respeitado. Normalmente quando se compram, especialmente nas exposições internacionais da A.P.O., os pseudobulbos vêm no seu estado dormente. Ou seja no seu ciclo estão no seu período de descanso. Como eles vêm usualmente em raiz nua, uma vez em nossas casas colocamos o pseudobulbo num vaso de plástico com substrato para epífita ou em cultura pet. Tenho os dois cultivos e não noto que um seja melhor do que o outro. Como o pseudobulbo está sem parte vegetativa, deve manter-se em dormência, não regando, estando num local mais sombreado e portanto mais fresco. Quando digo mais fresco, nunca pode ser menos de 18º, pois esta é uma planta de climas quentes. Quando começa a surgir um pouto verde, que pode ser o início de um pseudobulbo novo ou uma haste floral, então começa-se a regar, tendo o cuidado de não molhar o ponto verde. Muda-se o vaso para um local com mais luz e mais quente, com sol direto mesmo. Os meus que não estão em descanso, estão virados a sul e apanham o sol que lhes der. A partir da altura que eles deixam a fase de dormência deve-se regar muito bem. Não se deve deixar secar o substrato. De seguida temos de esperar com calma que a haste floral se desenvolva. Por vezes surge primeiro um novo pseudobulbo com as suas folhas finas e compridas e só mais tarde é que aparece uma haste floral. Após esta fase, as folhas amarelecem e caiem ou não. As minhas raramente caem. Se caírem voltam para o local de descanso e faz-se tudo como já expliquei, se não caírem continuam no seu lugar quentinho e pode ser que puxem mais uma haste floral.
Por engano não coloquei título - esta orquídea é uma Trichopilia tortilis
Esta orquídea encontra-se no México, América Central e Panamá, em florestas fúmidas e quentes entre 750 a 1800m de altitude. Cultivo-as todas as Trichopileas na estufa quente, pois não aguentam uma temperatura abaixo dos 18º. A minha Trichopilea tortilis recusava-se a florir pelo que a coloquei num lugar com mais luz e com algum sol direto. Senmanas depois estava com botões. Depois da floração e quando já via alguns rebentinhos novos a crescer, tive de a mudar para um vaso maior. Digo tive, pois por princípio não costumo mudar muito as minhas orquídeas, só mesmo quando é necessário. E esta era, pois as suas flores saem por baixo, mesmo junto das beiras do vaso e se não tiverem espaço ficam entaladas, como aconteceu com uma das flores que tive com muito cuidado de a puxar para cima. Mudei-a então para um vaso maior e coloquei-a no mesmo local com muita luz. Passaram poucas semanas e a planta encheu-se de novo de flores. Eram mesmo muitas, não tenho uma fotografia dela nessa altura, mas como ela esteve em várias exposições, desafio aqui o Sr. Costa a postar essa imagem, pois ele costuma tirar as fotografias às orquídeas expostas Algo que me esqueci de dizer é que quando coloquei esta orquídea no local com mais luz as suas folhas ficaram amareladas e uma até apresenta uma leve queimadura de sol, por isso elas queimam com muita facilidade, mas é um facto que dão mais flor. Depois da floração, como faço com todas as orquídeas coloquei-a num local um pouco mais fresco e sombrio e as folhas recuperaram o seu verde natural Para continuar o tema de ontem, hoje vamos aprender a mudar uma Cattleya. Qualquer orquídea deve ser mudada o menos possível, para não lhe causar stress, desde que o seu substrato seja adequado para aguentar muitos anos sem ser mexido. Isto quer dizer que ele deve ser muito arejado e com inertes como componentes. Um substrato composto só de casca de pinheiro deteora-se ao fim de dois anos, hoje consegue-se que dure um pouco mais, pois os produtores de substrato estão a ter o cuidado de usar uma casca de pinheiro mais durável. No entanto é muito benéfico juntar a um substrato para epífitas de compra, leca (argila expandida),ou pedra vulcânica, ou areão de rio, ou cortiça e um elemento que pode estar sempre presente é o carvão vegetal, o carvão das nossas lareiras, pois além de ser fungicida tem a particularidade de reduzir a acidez da casca de pinheiro.
Com a Cattleya temos que dar muita atenção à altura certa para se fazer uma muda. Há dois tipos de cattleya. A que dá o seu pseudobulbo novo e logo de imediato este pseudobulbo emite raízes, tornando-se autónomo e a Cattleya que dá o pseudobulbo e ele não emite raízes de imediato e passa a ser alimentado pelos pseudobulbos mais velhos. Neste último caso a orquídea nunca deve ser mudada antes de começarem a crescer novas raízes. Resumindo nunca mude a sua Cattleya se não estiver a emitir raízes novas. O tema Cattleya já foi abordado, mas focando mais o método de rega. Hoje vou falar sobre a floração. Muitos orquidófilos queixam-se de não conseguir pôr as suas Cattleya a florir, vamos ver passo a passo como se deve proceder. No último pseudobulbo tem bem no fundo quase junto do rizoma uma gema, ou seja uma espécie de calo, normalmente bem verde e é daí que vai sair o novo pseudobulbo . Esse lado da Cattleya deve estar virada para a fonte de luz mais próxima sem nada de permeio. Seguindo esta regra vamos depois ver o pseudobulbo a desenvolver-se, a espata a surgir, a princípio muito pequenina e dependendo da espécie pode demorar mais ou menos tempo a atingir o seu tamanho real para começar a engrossar, abrir e deixar ver os botões que depois de bem desenvolvidos darão as flores. Todo este processo pode demorar meses.
Pode acontecer de a espata fungar e começar a ficar com pintas pretas ou tornar-se amarela. Se for o caso, é necessário abrir a espata com muito cuidado. A espata é formada por duas partes unidas como um ervilha de quebrar ou uma vagem de fava, que com muito cuidado se separam e sem fazer força vai-se abrindo até se ver os pequeninos botões bem lá no fundo. De seguido tem de se ter o cuidado de não regar em cima dos botões pequeninos e se estivermos atentos vamos vê-los crescer de dia para dia. A minha intenção com estes postes é ajudar os orquidófilos menos conhecedores da matéria, para que se tornem uns orquidófilos ótimos. Por isso se tiverem alguma dúvida, não hesitem em colocar aqui o vosso comentário que eu vou respondendo. A Cattleya leopoldi, também conhecida por Cattleya tigrina adquiriu o seu nome do rei Leopoldo da Bélgica em 1854, que era um grande admirador de orquídeas. Ela surge no Brasil litoral desde Rio Grande do Sul com maior concentração em Santa Catarina. É uma Cattleya bifoliada com pseudobulbos de 1m. No seu habitat suporta temperaturas muito baixas em invernos muito rigorosos e baseando-me nisso montei uma no meu jacarandá há uns 5 anos. Este jacarandá está virado a sul, pelo que a orquídea tem muita luminosidade e calor nos meses quentes. No inverno a temperatura raramente desce os 7º. Floresce sempre pelo Natal. Este ano parece estar atrasada, pois a espata ainda está pequena e ainda não engordou. Dá um bouquê de flores que podem ir até 15, mas a minha ainda não deu mais de 5, também os seus pseudobulbos, que têm crescido de ano para ano, ainda não atingiram um metro, mas nota-se que cada pseudobulbo que nasce novo fica sempre maior que o anterior. É uma orquídea que se recomenda para montar nos nossos jardins. A minha está junta de uma outra Cattleya bifoliada, a bicolor e tem no mesmo tronco e troncos vizinhos, Dendrobium nobile de diversas variedades, Dendrobium kingianum, diversos Oncidium e uma Stanhopea que quis fazer a experiência. Está já agarrada, deu diversas folhas , mas ainda não floriu. Já me ia esquecendo, também tenho lá dois Cymbidium, um dos quais está com uma haste floral já bem adiantada.
Embora a maior parte das Masdevallias dêem flores solitárias, há as que as dão em sequência, como o exemplar da fotografia. Esta é uma orquídea de porte bastante pequeno, as suas folhas não chegam a ter 10 cm mas está sempre em flor. Aliás, como as Masdevallias não têm período de descanso vegetativo, também não têm um período fixo para florir. As Masdevallias deste tipo, como a infracta por exemplo, como dão diversas flores da mesma haste, esta nunca se deve cortar enquanto estiver verde. Este exemplar estou a cultivá-lo em casa, numa janela virada a norte e num quarto que não é aquecido. Estão outras Masdevallias junto desta e são todas regadas quando a água que escorre da rega para um tabuleiro já evaporou toda. Se no verão a temperatura exceder 25ºC não é nada saudável para elas, uma forma de lhes minimizar o mau estar é colocar o vaso em que estão dentro de um outro vaso de barro e, por entre os dois, esfagno molhado. É bom saber que as Masdevallias de folhas mais delicadas gostam de menos luz e as que têm as folhas mais espessas, suportam até uma pouquinho de sol da manhã. Não há uma regra fixa estabelecida para a rega das orquídeas. O que muitas vezes se ouve dizer, "rega-se uma vez por semana" não é correto. A frequência da rega depende de muitos fatores. A qualidade do vaso é um deles. Se o vaso for de plástico retém muito mais água do que um vaso de barro. Pelo que uma orquídea plantada em vaso de plástico é necessário regar menos vezes do que se estiver num vaso de barro. Claro que se estiver montada em cortiça ou noutro material, ainda mais vezes terá de ser regada, pois a água evapora muito mais depressa. Um dos fatores muito importante é a qualidade do substrato. Se ele é muito arejado, tem de ser regado com mais frequência do que se for mais compacto. Para isto também tem grande influência a idade do substrato. Um substrato novo, deixa passar a água mais facilmente, pelo que deve ser regado mais vezes do que um substrato velho que já está mais decomposto e fica mais compactisado. Se for regado com a mesma frequência de um substrato novo, ele vai ficar encharcado e vai prejudicar as raízes. A humidade ambiente é também um fator de referência. Uma orquídea que está com 60/80% de humidade ambiente precisa de ser menos regada do que aquela que está com uma humidade ambiente de 30/40%. A temperatura ambiente também vai influenciar a que o substrato seque mais depressa ou não. Resta-nos agora saber, quando regar? Um orquidófilo experiente, olha para um vaso e pela cor do substrato, e das raízes se elas forem visíveis, já costuma ter uma ideia se a orquídea está a precisar de água ou não, no entanto este método pode enganar. O mais seguro é tomar o peso do vaso. Um vaso leve, deve estar a precisar de água o que não acontece se ele estiver pesado. Para aprendermos a pesar o vaso devemos regá-lo, tomar o peso e passados dias, vamos verificar qual foi a evolução. E é desta forma que iremos regar os nossos vasos. Nunca devemos ter um espaço de dias pré-estabelecido, a orquídea é que nos vai dizer quando precisa de água. |
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
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