Esta espécie é encontrada a 800 a 1.500 m de altitude na parte norte da América do Sul e sul da América Central. Daqui pode-se deduzir que a sua temperatura ideal é a temperada. As minhas são cultivadas no jardim e por vezes tem 7ºC, mas estão muito bem desenvolvidas. Aliás ao ler artigos sobre ela nas revistas da Sociedade de orquídeas da Alemanha, recomendam a sua cultura em estufa, dizendo que a temperatura mínima deve estar entre os 13/15ºC noturnos com aumento durante o dia. Claro que este conselho é para a Alemanha. Em Portugal, temos em muitos locais uma estufa natural temperada ao ar livre. A temperatura pode descer por vezes mais do que o aconselhado, mas como durante o dia costumamos ter o sol para aquecer, fica tudo compensado. Aliás é essencial que a temperatura noturna seja mais baixa do que a diurna. Como outras Stanhopeas, a jenischiana varia por vezes um pouco na sua coloração. De um modo geral são de um bege pálido e em muitas delas faltam as manchas dos "olhinhos". Tem um perfume floral mentolado. Mesmo quando está quase murcha ainda se sente o seu perfume.
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Esta já está numa fase final desta floração, mas dá para ver a cor exuberante desta espécie, o que não aconteceu com as fotos que apresentei antes destas. O seu perfume é também bem diferente do da oculata. É mais suave, a meu ver mais agradável. Cheira a perfume de qualidade de uma perfumaria. Todas estas flores duram no máximo uma semana, mas normalmente menos. Como cada orquídea dá diversas hastes florais, podemos ter flores durante bastante tempo, pois normalmente não abrem todas ao mesmo tempo. Esta espécie não costuma dar tantas flores numa haste floral como a oculata, que costuma por vezes a ter 7/8 flores. A Stanhopea é um dos géneros de orquidáceas mais interessantes. Algumas das suas espécies têm as flores maiores e mais pesadas dentro desta família. É muito difícil distinguir as diferentes espécies sem se ver as flores, pois os seus pseudobolbos e folhas são todas semelhantes. Hoje há cerca de 220 espécies e 100 híbridos artificiais. Ela começou a ser descrita em 1829 nos Jardins Botânicos de Kew. Foi Earl Stamhope que originou o nome deste género. Na natureza não se encontra exemplares tão grandes como nas coleções, pois são destruídos pelas intempéries e pelos animais. Como já foi referido, esta orquídea gosta muito de estar sempre húmida. Se não estiver é a causa do aparecimento de pintas pretas nas folhas. Isto também acontece com as Gôngoras. A melhor altura para o seu transplante é imediatamente a seguir à floração, pois já não há o perigo de se ferir algum botão, e como este género está em crescimento contínuo, não quebramos a regra de mudar durante o período vegetativo. O substrato não deve ter mais de 12cm de altura para que a flor consiga surgir no fundo. Estou a cultivar todas as Gongoras na estufa temperada mas, como elas crescem muito e já tenho de as passar para suportes de arame, como as Stanhopeas, estou a experimentar cultivá-las cá fora, mas de momento ainda debaixo de um alpendre virado a sul. Comecei só com uma bem grande. A princípio não reagiu bem, talvez ao frio das noites de Inverno, mas agora está com muitas crescenças novas. Flor ainda não deu, enquanto que as que estão na estufa temperada estão todas com hastes florais. Durante o Inverno, as folhas ficaram com bastantes pintas negras, que deduzi que fosse do frio, mas agora penso que seria da falta de água. As Gongoras como as Stanhopeas e as Cirrhaeas não devem ter o substrato seco. Deve-se aguardar entre duas regas para que o substrato esteja menos molhado, mas nunca ressequido. O substrato escolhido deve portanto reter humidade, pode mesmo ter um pouco de esfagno. Já me aconteceu de uma Gongora ter ficado depauperada e ter perdido todas as suas folhas. Coloquei-a na estufa quente e devagarinho recuperou e está cheia de folhas, o mesmo aconteceu uma vez com uma Stanhopea, relativamente jovem que não gostou de passar o Inverno no jardim. Depois de uns meses na estufa quente voltou a ter novas folhas. É sempre bom termos um local onde a temperatura seja sempre a cima dos 16/18 ºC para recuperação de orquídeas que gostam de um certo calor ou para orquídeas jovens. Quase todas as orquídeas se podem adaptar ao ambiente de um jardim, desde que não tenha geada, mas a orquídea tem de ser adulta e estar forte. Este é o primeiro exemplar a abrir algumas das suas flores. Ele tem três hastes, o que já dá um efeito majestoso, podemos imaginar um outro exemplar também de uma oculata que tem 7 hastes ainda fechadas. As Stanhopeas são de cultivo muito fácil, desenvolvem-se muito rapidamente e são muito perfumadas. Para que elas floresçam o essencial é que as suas raízes nunca estejam secas. Mesmo no Inverno não devemos deixar secar o substrato, pois irá causar a morte das suas raízes. Elas são oriundas da América Central de florestas húmidas de baixa ou média altitude. A temperatura mínima aconselhável é de 12 ºC mas, por experiência própria, as minhas são cultivadas no jardim, exceto a candida que é do Amazonas e gosta de mais calor, chegam a suportar em alguns dias 7 ou menos graus. Geada não têm e durante o dia apanham o sol de sul o que as restabelece. Não tendo ainda nenhuma flor aberta, há dezenas de hastes florais para abrir. A Stanhopea é uma orquídea de cultivo fácil. As minhas estão sempre no jardim. No Inverno, chegam a ter um ou outro dia 7 ºC, mas nunca apanham geada. No Inverno, durante o dia, apanham sol de sul, pois as árvores onde estão penduradas são de folha caduca. Por vezes, há uma ou outra folha que mostra as pontas secas, talvez do frio, mas corta-se e ficam sempre com bom aspeto. Estão a ser cultivadas em caixas de ripes de madeira, mas quando atingem um tamanho muito grande passam para suportes de arame, como se vê nas fotos. Esses recipientes são todos forrados a esfagno e no centro têm o substrato que uso para todas as epífitas: casca de pinheiro, carvão, cortiça, pedrinha e perlite. Uma vez bem instaladas, desenvolvem-se muito rapidamente e formam uns grandes exemplares. É preferível mudá-la para um recipiente maior, do que dividí-la. Geralmente, não gostam que se mexa nas suas raízes. Esta orquídeas não gosta de passar sede. Deve-se manter o substrato sempre húmido. Nas fotos pode-se ver a evolução da haste floral. Este processo demora cerca de dois meses. |
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
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