Este Dendrobium é dos mais fáceis de cultivar. Pode-se comparar com o kingianum, pois o modo de cultivo é o mesmo. Passa todo o ano no jardim, num local que lhe dê algum sol. É epífita, portanto tem um substrato muito arejado. Em todas as orquídeas que vivem no jardim e estão sujeitas a passar dias debaixo de chuva, o seu substrato deve ser particularmente muito arejado, com inertes como pedra vulcânica, argila expandida, areão do rio, carvão vegetal, cortiça, esferovite, etc. praticamente todos os componentes que não se desfazem com o tempo para que a casca de pinheiro que acaba sempre por se reduzir a terra não fique compacta e agarrada às raízes sem as deixar secar.
Este Dendrobium cresce muito rapidamente. Este já está no vaso maior possível para que possa ser manejado e já está completamente cheio. Praticamente todos os Dendrobium pegam de gano, como se costuma dizer com todas as plantas, ou seja, este vaso caiu e partiu muitos pseudobulbos. Eles foram postos num vaso, não tendo qualquer raiz e estão vivos. O vaso está a ficar cheio. A princípio quando comecei a cultivar há muito anos, este Dendrobium, ele dava muitos keikis. que fui oferecendo a diversos orquidófilos, onde cresceram e tornaram-se lindas plantas. Agora há uns anos para cá não tenho keikis só tenho muitas flores. Diz-se que a formação de keikis é resultado de um cultivo incorreto, por isso agora ele deve estar a ser cultivado tal qual gosta. Como um kingianum, peduro-o numa árvore em que lhe incida os raios solares vindos de sul e poente mas um pouco filtrados por outras a´rvores, mas ele não se importava nada de apanhar os raios diretos como os kingianum, isto a partir do fim de setembro quando começo a trabalhar com estas duas espécies para darem muita flor. Nos meses mais quentes já os ponho mais sombreados mas nunca muito.. Cultivo as minhas Gongora na estufa temperada em vaso de plástico com substrato para epífitas ao qual junto um pouco de perlite, pois esta orquídea gosta de uma certa humidade. No Verão coloco-as no jardim e desenvolvem-se muito mais, mas as minhas só puxam flor em Outubro/Novembro e estes dois últimos anos tenho tido problemas com a floração, pois como vejo a haste a crescer muito bem, não me apetece recolhê-la à estufa, mas de repente vem uma noite mais fria e a haste aborta. O mesmo está a acontecer com uma Lycaste que tinha 12 botões. Tenho as Lycastes todas no jardim, mas como estas últimas noites a temperatura aqui desceuaos 5º, alguns botões queimaram. Já a recolhi, vamos lá ver se vejo alguma flor. Tenho outras com botões mas estão localizdas mais ao sol e por isso parece estar a aguentas o frio da noite..- De qualquer forma as Gongora são mais delicadas e menos resistentes a temperaturas baixas do que as Lycastes. As minhas crescem muito rapidamente, ou seja o vaso fica muito depressa cheio de pseudobulbos. Não as costumo dividir, pois gosto de vasos grandes sempre na esperança de ter exemplares com várias hastes florais, o que não pode acontecer numa planta pequena. Muitos orquidófilos gostam de mudar muitas vezes as suas orquídeas e dividi-las, ou para terem mais exemplares, ou para oferecer ou mesmo para trocar ou vender. Mas na realidade dessa forma nunca chegam a ter uma orquídea bem grande e com muitas hastes florais. Não esquecer no entanto que para manter uma orquídea muitos anos no mesmo substrato é preciso que este tenha inertes, a casca de pinheiro sozinha, fica reduzida a terra ao fim de dois anos o que faz matar as raízes. Já há no entanto casca de pinheiro com mais durabilidade e algund produtores de substrato já a estão a usar.
LPara mim é muito difícil atualizar-me e deixar de chamar às Laelia purpurata Laelia. Segundo as novas regras as laelia brasileiras passaram a ser Cattleya e só as mexicanas é que continuam a ser laelia. Mas baseando-me no cultivo que pratico com umas e com outras é-me difícil mudar o que já está cá dentro há mais de 50 anos. Na verdade as cattleya unifoliares cultivo-as sempre mais resguardadas, pois gostam de mais calor, o que não acontece com as Laelia purpurata que sendo unifoliares podem passar todo o ano no jardim. A estrutura da planta é também diferente, pois as suas folhas unifoliares são bem mais compridas e estreitas do que as de outras Cattleya unifoliar. Como tenho exemplares muito antigos elas dão umas plantas bem grandes e muito desarranjadas saindo para todos os lados do vaso. Como estão todas penduradas em arbustos virados a sul/poente vão crescendo e não incomodam, mas se estivessem colocadas numa estufa não seria fácil de as armazenar. Elas estão todas, incluído esta espécie em vasos transparentes, alguns já bem grande com 30cm de diâmetro, e já não são fáceis de manejar pelo seu peso. Não significa isto que eu as regue muito, os próprios pseudobulbos com as suas folhas pesam muito. Nos meses frios não rego, mesmo que não chova, como acontece já há mais de três semanas. O orvalho da noite é suficiente para as humedecer e com o frio da noite o substrato deve estar seco para evitar a podridão negra e fungos. Neste momento tenho duas com espatas uma bem grande mas ainda não engordou e outra a aparecer no meio da folha. Quando o tempo está muito chuvoso e se quero que elas floresçam mais depressa, costumo pegar nelas e levá-las para a estufa quente onde a luminosidade é muito alta. Está lá uma desde Outubro com as espata muito espessa e já gorda mas parece estar estacionada. Há dias vi que na mesma planta surgiu um outro pseudobulbo e traz espata. Normalmente nestes casos, a primeira espata espera que a outra se desenvolva e abrem quase simultaneamente. Desta vez não vou trazer as que estão fora para a estufa quente, pois estou a tentar retardar o seu desenvolvimento para abrirem em fins de março para a exposição do Porto que é a 5,6 e 7 de Abril. Esta Cattleya tem um labela admirável e um cheirinho muito distinto. Há quem diga que é difícil de cultivar, mas se tiver os devidos cuidados não o é. Como todas as epífitas não deve ter as suas raízes sempre molhadas, elas devem secar entre regas e o ideal seria que secassem passado 4h da rega. Nos dias quentes ou numa estufa quente e com muita ventilação isso será possível, de contrário é preferível dar sede a esta orquídea no seu período de descanso, ou seja só se deve começar a regar quando começa a rebentar um novo pseudobulbo e com os cuidados já atras mencionados, mas depois de dar flores, temos que deixar que ela entre em descanso e se os dias já estiverem a ficar mais pequenos e frios podemos pura e simplesmente deixar de regar. As minhas Cattleya sem flor estão todas na estufa temperada, na prateleira de cima que é a terceira, para terem mais luz e mais calor. Como a humidade anda sempre pelos 70/80% as orquídeas praticamente não são regadas. No entanto como o aquecedor entra a trabalhar a partir dos 10º, se estiver muito frio e ele trabalhar muito tempo, logo seca mais especialmente as Cattleyas que estão em cima e então rego. Como sabem cada casa é um caso e temos de saber o que as nossas orquídeas necessitam local em que estão a ser cultivadas Esta Cattleya também não necessita de muito adubo. só mesmo quando está no perido de crescimento..
Este hibrido entre a Vanda teres e a Neofinetia falcata é uma orquídea que se desenvolve muito bem, desde que lhe demos calor e mesmo sol sobre ela.. Tenho-a há mais de 10anos e costuma dar flores várias vezes por ano, mas tem de estar mesmo num local com sol e quente. Como já devo ter informado, costumo dar um descanso às orquídeas depois de florirem, colocando-as num local mais sombrio e fresco. Mas esta orquídea não quer isso mesmo. Se o fizer em vez de se desenvolver definha.. As suas folhas são teretes e como tal gosta mesmo de sol. As orquídeas deste tipo e da mesma forma atuo com os rinchostylus, têm as suas raízes pousadas sobre o substrato muito grosso. Se elas quiserem penetrar nele podem fazê-lo, mas a maior parte desenvolve-se por fora e por vezes agarram-se à prateleira onde estão ou mete uma raiz dentro dum vaso vizinho.. Costumo retirar com muito cuidado e com a raiz molhada, para que a planta fique independente e pronta para ir para qualquer exposição.. Este tipo de cultura requer uma rega mais frequente, como se estivesse montada. Quanto à adubação, as minhas orquídeas não são muito adubadas por falta de tempo, mas acho que elas se dão melhor com uma adubação menos frequente do que uma em excesso.
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AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
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