Não tendo ainda nenhuma flor aberta, há dezenas de hastes florais para abrir. A Stanhopea é uma orquídea de cultivo fácil. As minhas estão sempre no jardim. No Inverno, chegam a ter um ou outro dia 7 ºC, mas nunca apanham geada. No Inverno, durante o dia, apanham sol de sul, pois as árvores onde estão penduradas são de folha caduca. Por vezes, há uma ou outra folha que mostra as pontas secas, talvez do frio, mas corta-se e ficam sempre com bom aspeto. Estão a ser cultivadas em caixas de ripes de madeira, mas quando atingem um tamanho muito grande passam para suportes de arame, como se vê nas fotos. Esses recipientes são todos forrados a esfagno e no centro têm o substrato que uso para todas as epífitas: casca de pinheiro, carvão, cortiça, pedrinha e perlite. Uma vez bem instaladas, desenvolvem-se muito rapidamente e formam uns grandes exemplares. É preferível mudá-la para um recipiente maior, do que dividí-la. Geralmente, não gostam que se mexa nas suas raízes. Esta orquídeas não gosta de passar sede. Deve-se manter o substrato sempre húmido. Nas fotos pode-se ver a evolução da haste floral. Este processo demora cerca de dois meses.
0 Comentários
Tenho diversas Promeneas que comecei por cultivar na estufa temperada. Foram-se aguentando, é mesmo aguentando, pois conforme crescia um novo pseudobolbo outro morria, e não via desenvolver nada. De vez em quando via uma flor ou duas, mas as plantas estavam sem graça nenhuma. Resolvi colocar uma que já tinha os seus pseudobolbos sem folhas na estufa quente e parece que se vê crescer. Esta que não tinha folhas já tem diversos pseudobolbos novos com folhas. Peguei em todos os vasos de Promeneas e foram para o calor, onde se estão a desenvolver muito melhor. Esta é a primeira flor de um dos vasos. Estão com um pouco de sol pela manhã, mas talvez prefiram a sombra, pois as suas folhas estão com um verde bem mais claro do que o verde que tinham na estufa temperada. Se alguém tiver uma boa experiência sobre Promeneas, seria bom o seu testemunho. Este é um nome de Taiwan. O expositor de Taiwan que esteve na nossa exposição internacional trouxe uma grande coleção de Paphiopedilums, a 8,- euros e todos de muito boa qualidade. Quando chegaram sem qualquer substrato vinham muito desidratados e eu pensei que não iria conseguir recuperá-los. Ficaram uma noite emergidos em água e no dia seguinte já não mostravam sinais de desidratação. Passados 3 meses, este tem esta linda flor. Outros associados também já tiveram alguns floridos. Coloquei-o num vaso de plástico com um substrato de graduação miúda para reter mais a humidade. Os seus componentes são casca de pinheiro, carvão, perlite e areão. É cultivado numa estufa temperada, sem sol. Este ano só com uma flor embora esteja cheio de novos rebentos. Cultivo todos os Lycastes no jardim sem sol direto. Quando iniciam o seu período de descanso, no fim do Outono, e se perderem as suas folhas, coloco-os num local onde não apanhe chuva e deixo de regar. Só no fim do Inverno, quando começa a aparecer algum ponto verde, que tanto podem ser novas folhas que irão dar origem a um novo pseudobolbo, como um botão, começo a regar e coloco-o de novo num local onde pode apanhar a chuva. Estão todos pendurados em árvores. Se as folhas não caírem, o que acontece com a maior parte dos meus Lycastes, não lhes dou o stress hídrico. Mantenho-os no mesmo local onde passaram o resto do ano. Eles gostam de estar sempre húmidos e precisam de espaço para crescer, embora não seja aconselhável tê-los em vasos muito maiores do que o tamanho da planta. Crescem bem depressa e os pseudobolbos rapidamente enchem o vaso ficando comprimidos contra o plástico, se o vaso for de plástico (os meus são todos de plástico transparente). Estando o vaso muito cheio, é necessário mudá-lo, caso contrário os botões e os novos rebentos foliares não têm espaço para crescer. É uma orquídea fácil de cultivar desde que tenha muita ventilação e ar fresco. Cultivado na parte mais quente da estufa temperada, ou seja, na prateleira superior. Os paphiopedilums podem ter folhas verdes lisas ou marmoreadas. As lisas, eu cultivo no exterior durante todo o ano, tendo o cuidado de o recolher à estufa temperada, logo que começa a surgir um botão, caso contrário pode ser destruído pela chuva. Os que têm as folhas marmoreadas, como é o caso da espécie das fotografias, são cultivados sempre na estufa. Eles não gostam de sol nem de frio, pode-se dar-lhe as condições semelhantes às que se dão para os Bulbophyllums. O seu substrato deve ser mantido sempre húmido, para isso ele não deve ser de tamanho muito grande e deve ter algum componente que retenha a água. Todos os Paphiopedilums apreciam cálcio no seu substrato. Pode-se espalhar um pouco de pó sobre o substrato que vai sendo absorvido conforme se efetua as regas. Esta orquídea tem sido cultivada na estufa temperada em vaso de plástico com substrato para epífitas. Como ela ainda é pequena, uso o substrato de calibragem miúda, para lhe fornecer um pouco mais de humidade. Por minha experiência e do nosso associado, Sr. Costa, não aconselho a montarem as intermédias no vosso jardim. Nós não tivemos bons resultados, embora se nos basearmos no seu habitat, tudo estaria certo para que elas se adaptassem à montagem nos nossos jardins. São estes depoimentos que são muito válidos para que outros orquidófilos não cometam os mesmos erros que uns já cometeram. Estas experiências não são tiradas de livros, mas são as nossas próprias experiências, vividas no nosso país. Realmente a Cattleya intermedia tem todas as características para se adaptar bem às nossas temperaturas, mas o certo é que as suas raízes não se desenvolvem e portanto não se agarra ao tronco hospedeiro. Se algum associado tiver tido um melhor resultado do que o nosso, agradeço que nos informe. O cultivo desta espécie é igual ao da mirabilis, vou por isso acrescentar uns pormenores relativos à multiplicação. Depois de tirar a planta do vaso, o que pode ser um ato Hercúleo, examina-se muito bem as raízes, vendo onde estão as novas crescenças e onde serão os pontos mais indicados para a divisão. Com o tempo e em muitas espécies, os pontos de crescimento formam uma nova planta e aí é que se deve concentrar a nossa divisão. Se se tratar de plantas com raízes já muito envelhecidas e não se notar novos pontos de crescimento, então corta-se um bom pedaço de rizoma com raízes, não se dá atenção às canas, pois um bom pedaço de rizoma com raízes vai crescer muito mais depressa do que algumas canas sem raízes. Devemos ser muito pacientes ao cortar o rizoma para não destruir as raízes, devemos reparar muito bem qual é o seguimento delas e tentar desempecilhá-las, nunca cortá-las. Embora tenha diversos Dendrobium nobile montados em árvores, o que tem florido diversas vezes cada ano é o branco com um pouquinho de amarelo no fundo do labelo. Quando os coloco na árvore, normalmente são Dendrobium nobile comprados em saldo, sem flor, por isso não sei a sua cor. Abriu agora esta flor que se vê na fotografia, donde posso deduzir que também esta variedade se adapta bem às intempéries do nosso clima. Este ano estamos com um clima húmido muito propício para a adaptação das orquídeas que quisermos montar nas nossas árvores. Quem tiver jardim não deixe de experimentar. A terceira foto mostra a forma como as raízes se vão espalhando pelo tronco da sua árvore hospedeira. Tem raízes de Dendrobium e de Cattleya, todas misturadas. Este é um Oncidium invulgar com flores muito delicadas e muito difícis de fotografar. A sua haste floral tem cerca de 1,50 cm de altura, toda salpicada de pequenas flores, cujas pétalas e sépalas parecem meio enroladas o que não dá um efeito compacto. A segunda foto mostra um pouco esse aspeto. É nitidamente uma orquídea de estufa quente. As suas folhas são as chamadas "folhas orelha de mula" muito semelhantes à do Oncidium Mariposa, hoje Psycopsis. Gosta de muita luz e suporta mesmo o sol direto. Claro que o sol das horas mais quentes do dia, é preferível evitar. Eu costumo comparar a orquídea a um ser humano que também não gosta de ter o sol demasiado quente a incidir sobre ele. Numa situação dessas, ele procura a sombra. Pois a orquídea sente o mesmo. Um híbrido entre Sobralia macranta x Sobralia veitchii é um prazer vê-la a florir entre o fim de Junho e princípios de Agosto. Eu cultivo-as no jardim todo o ano encostadas a uma parede da casa virada a sul, mas com o sol velado pelas folhas de um grande jacarandá. No Inverno, quando as folhas do jacarandá caiem, elas apanham sol, mas esse sol de Inverno até agradecem. Atingem tamanhos muito grandes, sendo necessário usar vasos muito grandes. Eu uso vasos de plástico, pois como elas gostam de uma humidade constante é mais fácil conseguir essa humidade com um vaso plástico. São plantas terrestres pelo que o seu substrato pode ser semelhante ao dos Cymbidiums. O segredo para ter lindas Sobralias é dar muita atenção às suas raízes. Elas devem formar um novelo de raízes grossas e esbranquiçadas, novelo esse que deve ser respeitado mesmo quando se muda a planta. Esse novelo deve ser mantido intacto. Quando compramos Sobralias especialmente nas nossas exposições internacionais aos representantes do Equador ou Peru, temos normalmente a preocupação de ver se as folhas estão bem e se tem muitas, mas isso é secundário, a nossa atenção deve ir para as raízes. Essas é que têm de ser muitas e viçosas. |
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
Categorias
Tudo
|