O cultivo desta espécie é igual ao da mirabilis, vou por isso acrescentar uns pormenores relativos à multiplicação. Depois de tirar a planta do vaso, o que pode ser um ato Hercúleo, examina-se muito bem as raízes, vendo onde estão as novas crescenças e onde serão os pontos mais indicados para a divisão. Com o tempo e em muitas espécies, os pontos de crescimento formam uma nova planta e aí é que se deve concentrar a nossa divisão. Se se tratar de plantas com raízes já muito envelhecidas e não se notar novos pontos de crescimento, então corta-se um bom pedaço de rizoma com raízes, não se dá atenção às canas, pois um bom pedaço de rizoma com raízes vai crescer muito mais depressa do que algumas canas sem raízes. Devemos ser muito pacientes ao cortar o rizoma para não destruir as raízes, devemos reparar muito bem qual é o seguimento delas e tentar desempecilhá-las, nunca cortá-las.
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Um híbrido entre Sobralia macranta x Sobralia veitchii é um prazer vê-la a florir entre o fim de Junho e princípios de Agosto. Eu cultivo-as no jardim todo o ano encostadas a uma parede da casa virada a sul, mas com o sol velado pelas folhas de um grande jacarandá. No Inverno, quando as folhas do jacarandá caiem, elas apanham sol, mas esse sol de Inverno até agradecem. Atingem tamanhos muito grandes, sendo necessário usar vasos muito grandes. Eu uso vasos de plástico, pois como elas gostam de uma humidade constante é mais fácil conseguir essa humidade com um vaso plástico. São plantas terrestres pelo que o seu substrato pode ser semelhante ao dos Cymbidiums. O segredo para ter lindas Sobralias é dar muita atenção às suas raízes. Elas devem formar um novelo de raízes grossas e esbranquiçadas, novelo esse que deve ser respeitado mesmo quando se muda a planta. Esse novelo deve ser mantido intacto. Quando compramos Sobralias especialmente nas nossas exposições internacionais aos representantes do Equador ou Peru, temos normalmente a preocupação de ver se as folhas estão bem e se tem muitas, mas isso é secundário, a nossa atenção deve ir para as raízes. Essas é que têm de ser muitas e viçosas. |
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
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