Esta foto é de uma floração do ano passado, neste momento estão espatas a desenvolver-se. Esta é uma espécie do Brasil, aliás como quase todas as bifoliadas, pois a bicolor é uma bifoliada com pseudobolbos estreitos e que podem chegar a atingir um metro na natureza. Eu estou a cultivá-las montadas num jacarandá virado a sul. Coloquei-as nesse local em meados da Primavera para terem tempo de se adaptarem e agarrarem à árvore antes de chegar o Inverno. A primeira já lá foi posto há uns seis anos e como verifiquei que se desenvolvem muito bem, todos os anos tenho acrescentado mais. Escolho sempre exemplares pequenos, ainda jovens, para a adaptação ser mais fácil. A floração no seu habitat é na Primavera e aqui em minha casa costuma ser em Outubro/ Novembro, que corresponde à Primavera no Brasil. É uma espécie considerada de clima temperado, mas como já aqui foi dito, muitos locais de Portugal são uma estufa temperada ao ar livre, daí ela adaptar-se tão bem ao meu jardim. A sua flor, de uma beleza exótica, tem uma consistência cerosa e dura mais de um mês. É espécie que todos podem experimentar a colocar nas vossas árvores, desde que a temperatura não desça muito dos 7 ºC positivos.
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Esta orquídea tem sido cultivada na estufa temperada em vaso de plástico com substrato para epífitas. Como ela ainda é pequena, uso o substrato de calibragem miúda, para lhe fornecer um pouco mais de humidade. Por minha experiência e do nosso associado, Sr. Costa, não aconselho a montarem as intermédias no vosso jardim. Nós não tivemos bons resultados, embora se nos basearmos no seu habitat, tudo estaria certo para que elas se adaptassem à montagem nos nossos jardins. São estes depoimentos que são muito válidos para que outros orquidófilos não cometam os mesmos erros que uns já cometeram. Estas experiências não são tiradas de livros, mas são as nossas próprias experiências, vividas no nosso país. Realmente a Cattleya intermedia tem todas as características para se adaptar bem às nossas temperaturas, mas o certo é que as suas raízes não se desenvolvem e portanto não se agarra ao tronco hospedeiro. Se algum associado tiver tido um melhor resultado do que o nosso, agradeço que nos informe. Esta Cattleya bifoliar é de pequeno porte embora as suas flores sejam relativamente grandes - 12 cm. É natural do Brasil, mais propriamente da Baía, e gosta de ser cultivada em estufa temperada ou quente. Costumo deixar fazer o seu descanso depois da floração na estufa temperada mas, quando começa o seu período vegetativo, quando começa a aparecer um novo peseudobolbo, passo-a para a estufa quente para desenvolver bem a nova crescença e para puxar a espata que costuma ter duas ou três flores muito perfumadas. A consistência das flores é tipo cera, muito brilhantes e duram cerca de um mês. Não é uma Cattleya barata mas a sua beleza justifica o preço. No nosso mercado aparecem diversos híbridos com pintas nas pétalas e sépalas oriundas desta espécie. Hoje, estou a mostrar a Cattleya intermédia vinicolor flamea que abriu há três dias. Esta, como muitas Cattleyas, tem que se esperar pelo menos três dias para que elas nos apresentam a sua cor real e se forem perfumadas, nos primeiros dias também não exalam o seu perfume. Esta é uma Cattleya bifoliar (saiem duas folhas do mesmo pseudobolbo) e aguenta temperaturas intermédias e até frias. Como todas as bifoliares só deve ser mudada quando estão a crescer raízes novas. Mudar uma orquídea logo após a floração também é errado, pois ela teve stress e gastou energias com a floração. Mudar uma planta também significa um stress para ela, portanto já seriam dois! Assim, devemos esperar que a parte vegetativa dê sinais de desenvolvimento e com ela o crescimento de novas raízes, então é a altura certa para mudar. Com as Cattleyas, o processo é um pouco diferente, pois há Cattleyas que começam a puxar novas raízes ao mesmo tempo que está a crescer um novo pseudobolbo. Diz-se que este pseudobolbo é independente, pois alimenta-se com as suas próprias raízes. Há no entanto outras que o pseudobolbo cresce, puxa espata, está a dar flor e só depois é que começam a crescer raízes. Este pseudobolbo cresceu com a ajuda dos pseudobolbos mais velhos, não é independente. Resumindo o mais aconselhável é mudar uma Cattleya quando se vê raízes novas a crescer. O género que vos apresento é a Cattleya, espécie skinneri albescens. É uma orquídea fácil de cultivar que aumentou muito rapidamente. Não tem perfume. Eu cultivo-a em vaso de plástico transparente com substrato para epífitas. Está numa estufa temperada com a humidade entre os 70/80%, mas por vezes desce aos 50%. Esta estufa está debaixo de um pinheiro manso o que lhe permite só apanhar o sol de nascente e algum de poente, no entanto não tem a luminosidade suficiente para as Cattleyas, pelo que logo que vejo uma espata a despontar, levo a planta para a estufa quente onde a luz e sol é até demais e tem de ser cortado por um toldo térmico. Aí, as espatas desenvolvem-se muito rapidamente e os botões aparecem logo de seguida. |
AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
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