Este Paphiopedilum macranthum é originário da China e do nordeste do Vietnam, podemdo-se encontrar em florestas mistas a 600/900m de altitude, o que nos informa que não aprecia o frio. Assim eu estou a cultiva-los na minha estufa temperada, isto quer dizer que a mínima ronda os 12º e a máxima os 24º. Escolhi o local mais quente da estufa, ou seja uma prateleira superior e onde o sol não chega. Como as suas folhas indicam, folhas marmoreadas gosta de calor mas não de sol, gosta mesmo de sombra ao contrário dos outros Paphiopedilum de folha de verde uniforme e estreita, porque se tiver folha larga já não aprecia o frio.
O substrato que uso é maioritáriamante leca cinzenta e miúda misturada com casca de pinheiro também miúda. No perido de tempo quente coloco todos os vasos em tabuleiros que retêm a água da rega. Só quando esta tiver evaporado toda é que volto a regar. Nos meses frios retiro esses tabuleiros. De momento e é precisamente a altura em que este Paphiopedilum está em flor, ainda não têm os tabuleiros. Duas vezes por ano deito-lhes uma colher de café por vaso de delomite. Deito junto à beira do vaso e depois com as regas vai sendo absorvido. O adubo é também muito rico em azoto, pois orquídeas grandes e fortes dão mais facilmente uma boa floração. Sou um pouco desregrada nas adubações por falta de tempo. A segunda foto não está muito perfeita, mas a intenção é de mostrar o vaso e para terem uma ideia de como a planta é pequenina. O vaso deve ter 8cm, mas a flor proporcionalmente à planta é grande. CATTLEYA GUTTATA
A Cattleya guttata é uma orquídea epífita ou rupícola que pode ser encontrada vegetando em vários estados do Brasil. Esta é uma orquídea de grande porte, pois, pode facilmente ultrapassar 1 metro de altura caso seja bem cultivada. Para leigos, essa é uma planta exatamente igual a Cattleya tigrina, que antigamente foi considerada uma variedade da planta que estamos estudando hoje, isso aconteceu, pois, são praticamente idênticas. Apesar de serem quase idênticas, as duas espécies se diferenciam por alguns pequenos aspectos em suas florações. O primeiro e, mais fácil para se identificar é o tamanho e a quantidade das flores, a Cattleya guttata possui flores maiores e, em maior quantidade do que a Cattleya tigrina, além de possuírem épocas de florações diferentes. Nesse momento, chegamos a uma das partes mais interessantes sobre esta espécie, suas flores. Sua época de florescimento pode variar muito dependendo do local onde você está cultivando-a e também da origem de sua planta. Suas flores podem ser de várias cores, desde um verde-amarelado até marrom. Na maioria das vezes suas flores saem de espatas secas e medem entre 5 a 8 cm de comprimento (podendo ser mais em alguns casos). Quanto a duração, caso seja bem cultivada a Cattleya guttata terá de 5 a 10 flores perfumadas por até 20 dias. Para cultivá-la, o primeiro passo é fornecer uma iluminação alta, pois, essa é uma orquídea que não gosta de muita sombra. Para garantir que ela está recebendo uma boa iluminação, verifique suas folhas. Basicamente folhas mais amareladas indicam excesso de sol e, folhas um pouco mais escuras indicam falta de sol. Quanto a temperatura, por ser nativa especialmente das regiões nordeste e sudeste do Brasil, elas gostam de um clima um pouco mais quente, por isso, evite temperaturas menores que 10ºC e, maiores que 35ºC. Essa é uma planta que pode ser cultivada por iniciantes, sendo o vaso de plástico mais recomendado por reter um pouco mais de umidade. Ela também deve ser bem regada durante o seu período de crescimento, mas durante a dormência, a quantidade de água deve diminuir muito. Uma dica é que você regue apenas após o substrato secar. Para adubá-la, tome muito cuidado com o excesso e, alguns meses antes da floração escolha um adubo que possua um teor maior de nitrogênio, pois, isso normalmente vai melhorar sua floração. Já durante os outros períodos, um adubo de manutenção como o NPK 20 20 20 pode ser uma ótima opção. Além disso, lembre-se de ter muito cuidado com a quantidade de adubo utilizada, normalmente se utiliza ½ da força recomendada. Quanto ao replantio, as orquídeas cattleya em geral podem morrer caso você faça o replante durante o período de dormência da planta. Por isso, ao realizar o replantio (que normalmente ocorre a cada 2 ou 3 anos), garanta que sua Cattleya guttata está em seu período de crescimento. Thiago Leopoldino Ferreira Oriunda do sudeste asiático e ilhas do sudoeste do Pacífico com principal incidência no Bornéu, 70 espécies, é uma planta com flores grandes e atraentes. Assim como acontece com as plantas do género Dendrochillum o principal centro de dispersão é o Monte Kinabalu, localizado no Bornéu, um dos maiores centros de biodiversidade do planeta, a maior montanha da Malásia e classificada como Património Mundial da Unesco. Abriga 6000 espécies de plantas entre as quais muitas orquídeas.
Esta orquídea como muitas outras foi descrita em 1907 pelo botânico inglês Robert Allen Rolfe, que foi o primeiro curador do Royal Botanic Gardens of Kew e fundou a revista The Orchid Review, a revista mais antiga dedicada às orquídeas e provavelmente a mais influente do mundo. Foi adquirida em 1993 pelo RHS (Royal Horticultural Society). A Coelogyne moreana é uma planta de porte médio e crescimento simpodial. Possui uns pseudobulbos grandes de formato oval, lisos quando novos e sulcados com o passar do tempo. As suas flores são lindíssimas de um branco intenso com o labelo também branco mas pincelado de amarelo para o alaranjado no centro e exalando um perfume muito agradável. Eu cultivo o meu exemplar, donde provêm estas fotos montado num tronco. Ela gosta de muita humidade mas com uma secagem rápida das suas raízes, pelo que o estar montada favorece esta exigência. Gosta de 60% de sombreamento e aguenta entre os 5 º e os 35º. Eu cultivo-a na estufa quente, pois cuido melhor dela no que respeita a regas do que se estivesse no jardim. Tenho verificado que as Coelogynes praticamente todas desenvolvem-se bem no jardim, mesmo com muita rapidez, mas para puxar floré mais fácil na estufa quente. Uma dica muito importante para esta orquídea, é que detesta de ser mudada ou dividida. Se o fizer fica mais de dois anos sem dar flor. E como esta há muitas orquídeas que se comportam da mesma forma, pelo que devemos usar sempre um substrato com a base de casca de pinheiro mas misturando nela inertes, como carvão, argila expandida, pedrinha vulcânica, areão, cortiça, etc. para que o substrato fique muito arejada e dure muitos anos sem comprimir as raízes como acabava por acontecer se usarmos só casca de pinheiro. Este Dendrobium é dos mais fáceis de cultivar. Pode-se comparar com o kingianum, pois o modo de cultivo é o mesmo. Passa todo o ano no jardim, num local que lhe dê algum sol. É epífita, portanto tem um substrato muito arejado. Em todas as orquídeas que vivem no jardim e estão sujeitas a passar dias debaixo de chuva, o seu substrato deve ser particularmente muito arejado, com inertes como pedra vulcânica, argila expandida, areão do rio, carvão vegetal, cortiça, esferovite, etc. praticamente todos os componentes que não se desfazem com o tempo para que a casca de pinheiro que acaba sempre por se reduzir a terra não fique compacta e agarrada às raízes sem as deixar secar.
Este Dendrobium cresce muito rapidamente. Este já está no vaso maior possível para que possa ser manejado e já está completamente cheio. Praticamente todos os Dendrobium pegam de gano, como se costuma dizer com todas as plantas, ou seja, este vaso caiu e partiu muitos pseudobulbos. Eles foram postos num vaso, não tendo qualquer raiz e estão vivos. O vaso está a ficar cheio. A princípio quando comecei a cultivar há muito anos, este Dendrobium, ele dava muitos keikis. que fui oferecendo a diversos orquidófilos, onde cresceram e tornaram-se lindas plantas. Agora há uns anos para cá não tenho keikis só tenho muitas flores. Diz-se que a formação de keikis é resultado de um cultivo incorreto, por isso agora ele deve estar a ser cultivado tal qual gosta. Como um kingianum, peduro-o numa árvore em que lhe incida os raios solares vindos de sul e poente mas um pouco filtrados por outras a´rvores, mas ele não se importava nada de apanhar os raios diretos como os kingianum, isto a partir do fim de setembro quando começo a trabalhar com estas duas espécies para darem muita flor. Nos meses mais quentes já os ponho mais sombreados mas nunca muito.. Cultivo as minhas Gongora na estufa temperada em vaso de plástico com substrato para epífitas ao qual junto um pouco de perlite, pois esta orquídea gosta de uma certa humidade. No Verão coloco-as no jardim e desenvolvem-se muito mais, mas as minhas só puxam flor em Outubro/Novembro e estes dois últimos anos tenho tido problemas com a floração, pois como vejo a haste a crescer muito bem, não me apetece recolhê-la à estufa, mas de repente vem uma noite mais fria e a haste aborta. O mesmo está a acontecer com uma Lycaste que tinha 12 botões. Tenho as Lycastes todas no jardim, mas como estas últimas noites a temperatura aqui desceuaos 5º, alguns botões queimaram. Já a recolhi, vamos lá ver se vejo alguma flor. Tenho outras com botões mas estão localizdas mais ao sol e por isso parece estar a aguentas o frio da noite..- De qualquer forma as Gongora são mais delicadas e menos resistentes a temperaturas baixas do que as Lycastes. As minhas crescem muito rapidamente, ou seja o vaso fica muito depressa cheio de pseudobulbos. Não as costumo dividir, pois gosto de vasos grandes sempre na esperança de ter exemplares com várias hastes florais, o que não pode acontecer numa planta pequena. Muitos orquidófilos gostam de mudar muitas vezes as suas orquídeas e dividi-las, ou para terem mais exemplares, ou para oferecer ou mesmo para trocar ou vender. Mas na realidade dessa forma nunca chegam a ter uma orquídea bem grande e com muitas hastes florais. Não esquecer no entanto que para manter uma orquídea muitos anos no mesmo substrato é preciso que este tenha inertes, a casca de pinheiro sozinha, fica reduzida a terra ao fim de dois anos o que faz matar as raízes. Já há no entanto casca de pinheiro com mais durabilidade e algund produtores de substrato já a estão a usar.
LPara mim é muito difícil atualizar-me e deixar de chamar às Laelia purpurata Laelia. Segundo as novas regras as laelia brasileiras passaram a ser Cattleya e só as mexicanas é que continuam a ser laelia. Mas baseando-me no cultivo que pratico com umas e com outras é-me difícil mudar o que já está cá dentro há mais de 50 anos. Na verdade as cattleya unifoliares cultivo-as sempre mais resguardadas, pois gostam de mais calor, o que não acontece com as Laelia purpurata que sendo unifoliares podem passar todo o ano no jardim. A estrutura da planta é também diferente, pois as suas folhas unifoliares são bem mais compridas e estreitas do que as de outras Cattleya unifoliar. Como tenho exemplares muito antigos elas dão umas plantas bem grandes e muito desarranjadas saindo para todos os lados do vaso. Como estão todas penduradas em arbustos virados a sul/poente vão crescendo e não incomodam, mas se estivessem colocadas numa estufa não seria fácil de as armazenar. Elas estão todas, incluído esta espécie em vasos transparentes, alguns já bem grande com 30cm de diâmetro, e já não são fáceis de manejar pelo seu peso. Não significa isto que eu as regue muito, os próprios pseudobulbos com as suas folhas pesam muito. Nos meses frios não rego, mesmo que não chova, como acontece já há mais de três semanas. O orvalho da noite é suficiente para as humedecer e com o frio da noite o substrato deve estar seco para evitar a podridão negra e fungos. Neste momento tenho duas com espatas uma bem grande mas ainda não engordou e outra a aparecer no meio da folha. Quando o tempo está muito chuvoso e se quero que elas floresçam mais depressa, costumo pegar nelas e levá-las para a estufa quente onde a luminosidade é muito alta. Está lá uma desde Outubro com as espata muito espessa e já gorda mas parece estar estacionada. Há dias vi que na mesma planta surgiu um outro pseudobulbo e traz espata. Normalmente nestes casos, a primeira espata espera que a outra se desenvolva e abrem quase simultaneamente. Desta vez não vou trazer as que estão fora para a estufa quente, pois estou a tentar retardar o seu desenvolvimento para abrirem em fins de março para a exposição do Porto que é a 5,6 e 7 de Abril. Esta Cattleya tem um labela admirável e um cheirinho muito distinto. Há quem diga que é difícil de cultivar, mas se tiver os devidos cuidados não o é. Como todas as epífitas não deve ter as suas raízes sempre molhadas, elas devem secar entre regas e o ideal seria que secassem passado 4h da rega. Nos dias quentes ou numa estufa quente e com muita ventilação isso será possível, de contrário é preferível dar sede a esta orquídea no seu período de descanso, ou seja só se deve começar a regar quando começa a rebentar um novo pseudobulbo e com os cuidados já atras mencionados, mas depois de dar flores, temos que deixar que ela entre em descanso e se os dias já estiverem a ficar mais pequenos e frios podemos pura e simplesmente deixar de regar. As minhas Cattleya sem flor estão todas na estufa temperada, na prateleira de cima que é a terceira, para terem mais luz e mais calor. Como a humidade anda sempre pelos 70/80% as orquídeas praticamente não são regadas. No entanto como o aquecedor entra a trabalhar a partir dos 10º, se estiver muito frio e ele trabalhar muito tempo, logo seca mais especialmente as Cattleyas que estão em cima e então rego. Como sabem cada casa é um caso e temos de saber o que as nossas orquídeas necessitam local em que estão a ser cultivadas Esta Cattleya também não necessita de muito adubo. só mesmo quando está no perido de crescimento..
Este hibrido entre a Vanda teres e a Neofinetia falcata é uma orquídea que se desenvolve muito bem, desde que lhe demos calor e mesmo sol sobre ela.. Tenho-a há mais de 10anos e costuma dar flores várias vezes por ano, mas tem de estar mesmo num local com sol e quente. Como já devo ter informado, costumo dar um descanso às orquídeas depois de florirem, colocando-as num local mais sombrio e fresco. Mas esta orquídea não quer isso mesmo. Se o fizer em vez de se desenvolver definha.. As suas folhas são teretes e como tal gosta mesmo de sol. As orquídeas deste tipo e da mesma forma atuo com os rinchostylus, têm as suas raízes pousadas sobre o substrato muito grosso. Se elas quiserem penetrar nele podem fazê-lo, mas a maior parte desenvolve-se por fora e por vezes agarram-se à prateleira onde estão ou mete uma raiz dentro dum vaso vizinho.. Costumo retirar com muito cuidado e com a raiz molhada, para que a planta fique independente e pronta para ir para qualquer exposição.. Este tipo de cultura requer uma rega mais frequente, como se estivesse montada. Quanto à adubação, as minhas orquídeas não são muito adubadas por falta de tempo, mas acho que elas se dão melhor com uma adubação menos frequente do que uma em excesso.
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AutoraGraziela Meister, Presidente da Associação Portuguesa de Orquidofilia (Lusorquideas) Arquivo
Março 2020
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